segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A era dos tecnobiólogos



Para acompanhar a revolução da genômica, o novo profissional de biologia vai ter que ser estatístico, químico, engenheiro e especialista em informática

por Georgios Pappas

Se o começo do século 20 era da física, que mudou tudo o que sabíamos sobre os átomos e as propriedades do Universo, o começo do século 21 marca o início da era da biologia. Nossa visão de uma simples célula é muito mais complexa do que era há poucos anos, e vai continuar mudando muito rápido.

A biologia passa por uma grande revolução, principalmente na área da genômica. Nossa capacidade de decodificar sequências de DNA aumentou exponencialmente nos últimos 3 anos, com o que genericamente se conhece como tecnologias de sequenciamento de próxima geração. Para se ter uma ideia: o sequenciamento do primeiro genoma humano, finalizado em 2003, demorou 13 anos e custou US$ 2,7 bilhões. Em 2008, usando uma das novas tecnologias, em menos de 5 meses foi sequenciado o genoma de James Watson, pioneiro da dupla hélice de DNA, ao custo de US$ 1,5 milhão. Hoje é possível realizar o mesmo processo em um mês. E algumas empresas americanas já oferecem o genoma completo por menos de US$ 50 mil. Outra companhia, também americana, promete para 2013 sequenciar um genoma completo em 15 minutos por menos de US$ 1 mil. Isto tudo sem falar nas possibilidades para o estudo de plantas, animais e microorganismos.

Para se ter uma noção do problema, imagine que o genoma de um organismo é um livro escrito com um alfabeto de 4 letras (A, C, G e T). O genoma humano, com suas 3,3 bilhões de bases, seria acomodado em 140 volumes da lista telefônica de Manhattan. Passamos então para o grande desafio: como ler estas informações. Os volumes precisam ter suas páginas removidas sem tirar de ordem, para então proceder a leitura de, no máximo, algumas centenas de letras por vez, em paralelo. O que se obtém é um enorme quebra-cabeça, que apresenta uma dificuldade extra: nós não conhecemos o significado da maioria das palavras. Os computadores são imprescindíveis para tentar decodificar estes códigos. Para lidar com essa demanda, está se consolidando uma nova área da biologia: a bioinformática.

O biólogo do futuro precisa utilizar computadores com a mesma desenvoltura com que aprende os detalhes de funcionamento de uma célula. Além disso, uma boa base em química e, principalmente, em estatística, são fundamentais. A biologia assiste a uma verdadeira explosão de acumulação de dados, da magnitude do Grande Colisor de Hádrons. Estamos falando de terabytes (mil gigabytes) de informação, e logo estaremos trabalhando com petabytes (1 milhão de gigabytes). Precisamos lidar então com todos os aspectos de armazenamento, recuperação, análise e visualização de dados para, então, transformá-los em conhecimento. Produzir essas informações está ficando cada vez mais barato. O que falta são pessoas com capacidade de analisá-las (aliás, este tipo de leitura pode ser feito usando conceitos da engenharia).

Em função de todos esses problemas, o biólogo do futuro precisa ter um perfil que até há pouco tempo combinava muito mais com os executivos de grandes companhias: um profissional versátil e dinâmico, aberto a novos conhecimentos e capaz de coordenar informações das mais diversas áreas. Esses novos profissionais serão os líderes da grande revolução proporcionada pelo conhecimento do genoma.

Georgios Pappas é especialista em bioinformática, pesquisador da Embrapa e professor da Universidade Católica de Brasília

Notícia retirada do site da Revista Galileu em 10/09/2010.


by Ana Clara

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O profissional biólog no campo da indústria


Em linhas gerais podemos falar que na indústria, o biólogo atua na utilização de microorganismos, como bactérias, para a fabricação de medicamentos, bebidas, alimentos, cosméticos, etc.

Assim, ele realiza pesquisas para o desenvolvimento de novos produtos ou no controle de qualidade da produção nas indústrias alimentícias, farmacêutica, de extração vegetal e química. Na indústria farmacêutica, por exemplo, o biólogo auxilia na produção e pesquisa de novos medicamentos.

Os cientistas desenvolveram métodos para “ler” o DNA,e aprenderam a manipular genes com o intuito de melhorar plantas e grãos,na sua nutrição e/ou à resistência a pragas. Surge a partir daí as empresas de biotecnologia, que aplicam o conhecimento biológico para produção de tecnologias e desenvolvimento de substâncias para uso médico e ecológico através da Engenharia Genética visando a sua produção industrial.

A interferência no meio ambiente tem como o biólogo seu principal agente. "Nós geramos informações que contribuem para a preservação do ambiente e o uso sustentável de seus recursos, por exemplo", afirma a bióloga Fabiane Quirino Paula Silveira, 27 anos, pesquisadora no laboratório de genética da Embrapa, em São Paulo. Fabiane trabalha no projeto de mapeamento genético do pau-brasil.

"Estamos em plena revolução biológica e a nossa função é solucionar problemas", diz José Mariano Amabis, professor de biologia da USP, em São Paulo. Exemplo da diversidade de atuação do biólogo é seu trabalho nas indústrias de papel. Ali, ele seleciona as espécies de eucalipto a ser plantadas e busca alternativas para a produção de celulose de maneira a não causar qualquer dano ao meio ambiente.

Apesar de o biólogo ter papel decisivo e importante no setor industrial, não é muito comum encontra-los nessa área. Durante um longo tempo o biólogo esteve predominantemente nas universidades e escolas, mas com o desenvolvimento de novas tecnologias surgiram novas áreas, fazendo com que os biólogos pudessem expandir seu campo de atuação. Sendo assim, o momento se faz oportuno, a biologia aplicada tem muito o que oferecer ás empresas, melhorando sua produtividade e a sua relação com o meio ambiente. E cabe a nós, futuros biólogos, aproveitarmos o momento para contribuirmos com isso...

Confira nos links abaixos, um pouco da tragetória de Fernando Reinach, biólogo, que atualmente é diretor executivo da Votorantim Novos Negócios, ele é um exemplo de sucesso em vários campos da biologia, inclusive no industrial.


http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=4339

http://portalexame.abril.com.br/static/aberto/estudosexame/inovacao_898/m0134347.html


Texto realizado por Ana Clara, Ana Carolina, Fábio, Lucas e Wolme

Entrevista realizada com o biólogo Oswaldo Marçal Júnior


Entrevista com o Prof. Dr. Oswaldo Marçal Júnior com área de concentração em Ecologia de parasitas, aves e humano - Graduou-se em Ciências Biológicas (Bacharelado e Licenciatura Plena) pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (1985). Obteve os títulos de Mestre em Ciências Biológicas - Ecologia (1989) e de Doutor em Ciências - Ecologia (1995) também pela UNICAMP. Professor Associado do Instituto de Biologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), coordena o Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais (PPGECRN) e o Laboratório de Ornitologia e Bioacústica (LORB). Oferece disciplinas para o curso de Graduação em Ciências Biológicas da UFU e para o PPGECRN. Editor Geral da revista Bioscience Journal, atua ainda como membro da Comissão de Credenciamento nos Programas de Pós-Graduação da UFU e como Comissário da UNESCO. Desenvolve estudos nas Áreas de Ecologia de Ecossistemas e Ecologia Aplicada, nas seguintes linhas de pesquisa: Ecologia de aves em áreas naturais e urbanas; Ecologia de parasitos e vetores; Ecologia Humana, Etnobiologia e Educação Ambiental; Biodiversidade do Cerrado.


Aurélio: O que ou quem te influenciou a optar por fazer Biologia?Foi uma opção correta?


Oswaldo: Sempre tem aqueles professores que marcam nossa vida e nunca esquecemos seus nomes. Houve uma professora chamada Maria Tereza, ainda no fundamental, que me influenciou muito, pois me passava o quanto a Biologia é maravilhosa. Já no colegial, o professor Luiz Carlos foi o influenciador. Como eu já gostava muito de biologia nessa época eu me empenhava muito a aprender toda a matéria e responder todas as perguntas orais durante as aulas. Foi assim que o Luiz tirou proveito: referindo a maioria das perguntas, difíceis ou fáceis, a mim. Isso fez com que meu interesse em saber mais, procurar mais aumentasse. Ao fim, digo que com certeza foi uma opção correta, pois gosto muito do que faço hoje com diretor de pós-graduação de Biologia e faço pesquisas, trabalhos na área de parasitologia em aves.

Aurélio: Já como Doutor pretende crescer ainda mais?


Oswaldo: Crescer mais que um Diretor de Pós - graduação!!? (risos). Bem, você já deve saber que o título de pós - doutorado não acrescenta em nada quanto ao seu título, ou seja, mesmo fazendo pós-doutorado você continuará sendo Doutor. Porém não tiro méritos de ninguém, pois a carga material deste curso é muito grande, trazendo á pessoa que o fez um conhecimento melhor a mais. E já até quase cheguei a fazer o pós-doutorado nos Estados Unidos, por convite de um autor renomado, e pensando melhor em tudo que estava acontecendo na minha vida, não fui fazer e, hoje dou graças a Deus por ter tido a escolha de ficar aqui mesmo em Uberlândia, pois cresci, aprendi e com certeza também ensinei muito neste período. E talvez não estivesse no lugar que estou hoje se estivesse ido. – A vida é feita de escolhas, e está foi mais uma que tive discernimento de escolher!


Aurélio: Não precisava, mas como você se auto-avaliaria como profissional?


Oswaldo: Bom, como digo para minhas filhas: “Chegar aonde eu cheguei como diretor de pós-graduação, não é pouca 'porcaria' não” (risos). Eu não tenho que reclamar de mim sabe, eu me dediquei muito,trabalhei e ‘ralei’ demais para estar aqui.E isso não seria possível se não fosse um profissional bem qualificado.


Aurélio: O que a Biologia proporcionou a sua vida?Qual a importância dela para você e para o mundo?


Oswaldo: Prazer... prazer em ser um professor por natureza, pois eu gosto muito do que faço.A biologia foi e ainda é hoje motivo de vida pra mim, foi com ela que conseguir conhecer pessoas importantes na minha vida, como por exemplo minha esposa.A Biologia me ajudou a crescer, a me tornar um ser humano.E a importância dela para o mundo é que é um curso de áreas muito amplas, é o centro dos principais problemas ambientais hoje, isso é de extrema importância.A Biologia é o estudo da vida de tudo,de todos e em qualquer lugar.Está é grande vantagem, a grande importância.


Aurélio: Para um futuro Biólogo que pretende seguir sua área, que conselho daria?


Oswaldo: Bom, independente se é para seguir ou não minha área, digo que tem que experimentar tudo que a Universidade lhe proporciona, para que saiba qual e a sua área realmente e depois é empenhar para o sucesso, que como digo muito, é feito de três pilares:
- se empenhar para uma formação profissional de qualidade, que tenha uma ótima base conceitual,
- gostar de verdade, de coração do que faz e, como não dá para negar...
- o acaso tem que ter um pouco de sorte e conhecer muitas pessoas pode ser uma das diversas formas de facilitar isso.


Considerações finais: Primeiramente digo que me arrependi muito em não ter levado á entrevista um gravador, uma filmadora para que não perdesse nada do que Oswaldo disse, pois sua história e as histórias que ele tem para contar são realmente interessantíssimas e de peso. Além de um ser biólogo de verdade, é também uma pessoa, um homem de integridade. Uma bela pessoa. Mas ainda voltarei a entrevistá-lo para contar toda sua história, se permitir. (risos).Bem, foi um entrevista sensacional com a qual pude me atentar muito bem as dicas que ele deu e que com certeza as seguirei e aprenderei muito. Espero que gostem e aprendam! - Aurélio


Para saber obter mais informações sobre trabalhos realizado por ele, acesse: Curriculum Lattes e Portal de Biologia da UFU - Perfil de Oswaldo Marçal Júnior

marcaljr@ufu.br
34 3218-2243 R.206


Entrevista realizada por Aurélio Ferreira Gomes

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A importância da mídia para com a biologia

Como o próprio conceito já diz, “mídia significa difusão de informações; capaz de expressar e transmitir mensagens a um grupo” (Dicionário Aurélio). Sendo que essa difusão se dá pela mídia eletrônica, como por exemplo, o rádio e, a mídia impressa, tendo como exemplo o jornal.
Tanto seu conceito quando a sua forma de difundir informações não mudam para a Biologia. O que muda são os temas, as diferentes formas de ilustrar a informação e, é claro, a gravidade da informação.
Desde o século 70, quando a mídia começou a ganhar espaço no Brasil, a população até então era dividida entre os ricos informados e os pobres desenformados. Porém ao longo de todos esse anos até os dias atuais, essa divisão caiu. Atualmente encontramos até mesmo em cidades de dificílimo acesso e/ou com populações de poder aquisitivo baixo com rádios; televisores; sinal via satélite; computadores; correspondências e; etc. Quase tudo em comum ao meio urbano, com muita tecnologia e fácil poder de comunicação.
Com esta vasta difusão é possível manter uma comunicação social bastante construtiva, pois é a partir desta comunicação que podemos nos informar dos grandes eventos que está acontecendo em nosso país, da política, dos problemas ambientais, do clima, do mercado nacional e internacional, além de que é prático e rápido se comunicar com outras pessoas.
E para a Biologia a principal função dentre todas é essas é que com a mídia é possível alertar, conscientizar, ensinar, aprender coisas da vida que vão além do perigo das drogas no mundo e do vírus HIV. É com a mídia que podemos informar a população quanto ao risco de vida que ela esta correndo se continuar a desmatar o meio ambiente, se continuar a desperdiçar água, é como a mídia que se torna possível proteger a sociedade dos perigos de ataques naturais (como, por exemplo, animais, climáticos, terrestres). É a mídia que também nos permite estudar e aproveitar cada dia mais e melhor a nossa vida.